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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2008 Trish Wylie. Todos os direitos reservados.

SEGUNDO OS SEUS TERMOS, N.º 1130 - maio 2013

Título original: His Mistress, His Terms

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2013

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

® ™. Harlequin, logotipo Harlequin e Desejo são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-2965-7

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Capítulo Um

 

– Merrow O’Connell?

Alex suspirou e perguntou-se que raio de nome era aquele. Tinha coisas mais interessantes com que ocupar o tempo do que vasculhar Dublin inteira à procura de uma mulher com um nome ridículo. Além disso, as exigências de um determinado cliente estavam prestes a acabar com a paciência dele. Porém, era precisamente por causa desse cliente que ele tinha de encontrar aquela mulher.

Teria dado qualquer coisa para levar uma vida mais simples, uma vida como aquela que tivera até há bem pouco tempo, apesar de lhe parecer que já tinha passado um século.

– Aqui em cima...

Alex reconheceu a voz da pessoa com quem falara ao telefone. Olhou para cima e descobriu-a em cima de um andaime, a aplicar tinta dourada num arabesco do teto. De certa forma, Merrow O’Connell era a sua presa e teria de conseguir que ela colaborasse naquele projeto nem que tivesse de vender a alma ao diabo.

– Falámos ao telefone há pouco – disse ele.

– Deve ter sido difícil para si. Toda a gente diz que a minha voz é particularmente sensual ao telefone.

Alex pensou que tinha razão. Parecera-lhe uma voz sexy até que ela interrompeu a conversa e desligou a chamada, para surpresa dele. Ninguém naquela cidade que quisesse chegar a algum lado desligava o telefone a um Fitzgerald. Ele ficou a olhar para o telefone durante alguns minutos e decidiu agarrar o touro pelos cornos.

– Disse-me que estava muito ocupada e que não podia vir ao meu escritório, por isso decidi passar por aqui e...

– Como pode ver, senhor Fitzgerald, continuo bastante ocupada – interrompeu-o. – Se não se trata de um assunto de vida ou morte, estou certa de que poderá esperar até amanhã.

– Em circunstâncias normais, dar-lhe-ia razão, mas o meu cliente insistiu. Se não conseguir um designer de interiores o mais rapidamente possível, todo o projeto irá por água abaixo.

Alex estava a dizer a verdade, mas ignorando um pequeno detalhe: se não conseguisse um designer de interiores rapidamente, teria de assassinar o cliente. E ainda que, tecnicamente, fosse um homicídio em legítima defesa, o simples facto de já estar a pensar nisso, transformá-lo-ia num homicídio premeditado.

– Mais um dia não fará assim tanta diferença – disse ela. – Amanhã já terei acabado este trabalho.

Alex olhou para ela enquanto dava as últimas pinceladas a uma das folhas do arabesco.

– Já que aqui estou, há alguma possibilidade de descer daí e conceder-me cinco minutos antes de começar a pintar outra folha?

– Há. Se pedir com amabilidade.

Ele respirou fundo e forçou-se a dizer:

– Por favor...

– Só por favor? Não me vai implorar?

Alex suspirou e ela soltou uma gargalhada do alto do andaime. Se o cliente não tivesse feito tanta questão em contratar aquela mulher, Alex ter-lhe-ia dito onde podia meter a amabilidade.

– Está bem, já desço...

Ele deu um passo atrás e deu uma vista de olhos à sua volta enquanto ela descia do andaime. A decoração do local era muito bonita, apesar de lhe parecer demasiado ostensiva para um restaurante. Quando olhou para o chão de mosaicos, pensou que Merrow O’Connell devia estar habituada a clientes difíceis. Era óbvio que lhe custara muitas horas de trabalho.

Alex levantou a cabeça ao ver as botas e o fato-macaco empoeirados que lhe surgiam no campo de visão. Segundos depois, olhou-a nos olhos e ficou boquiaberto, algo verdadeiramente extraordinário porque Alex Fitzgerald nunca ficava boquiaberto.

– Tu? – perguntou ela, trespassando-o com os seus olhos verdes.

– Tu és a Merrow O’Connell?

– E tu, o Alexander Fitzgerald? – ripostou, com um grande sorriso. – Sim, senhor... que interessante.

Alex cerrou os punhos dentro dos bolsos e respondeu ao seu sorriso com a testa franzida, ainda que tivesse vontade de sorrir também. Afinal de contas, no último encontro deixara-o fora de jogo precisamente com um sorriso.

– Não é possível. Tu não podes ser a Merrow O’Connell...

Disse-o por dizer. Só se tinham visto uma vez e Alex decidiu dar-lhe o nome de Red, já que ela não lhe dissera o seu verdadeiro nome.

Merrow cruzou os braços e inclinou a cabeça. Uma madeixa de cabelo ondulado e loiro acariciava-lhe o pescoço.

– E porque é que não posso ser?

– Porque não estou a pensar ter de trabalhar contigo seis meses depois...

– De uma noite de sexo maravilhoso e sem complicações?

Os olhos de Merrow brilharam de tal forma que ele sorriu contrariado e amaldiçoou-se em silêncio. Não era possível que tivesse tanto azar.

Tentou lembrar-se de que era um homem adulto e que sabia enfrentar qualquer situação, por mais complicada que fosse. Mas não ia ser fácil. Assim que a reconheceu, a mente dele começou a bombardeá-lo com imagens daquela noite e o corpo dele reagiu como se estivesse mais do que disposto a repetir a experiência. De facto, até considerou a possibilidade de usar acessórios diferentes. Os jogos com o lenço de seda tinham sido verdadeiramente interessantes, mas podiam experimentar com veludo ou até com penas.

Aquilo não ia funcionar. Alex conhecia-se bem e sabia que não se conseguiria concentrar no trabalho se ela o distraísse com os seus atributos físicos.

– Além do mais – continuou ela, – ainda não disse se aceito a tua proposta. És sempre assim tão presunçoso? Achavas que o teu apelido seria suficiente para me convencer? Quem sabe se não estarias à espera que eu me ajoelhasse diante de ti...

Alex pensou que Merrow só dizia disparates, mas a sua imaginação insistia em despi-la e tirar-lhe o juízo a ele.

Fechou os olhos durante um momento, respirou fundo e olhou-a com os olhos semicerrados.

– Estás a brincar comigo?

– Quem? Eu? – perguntou ela, com um sorriso. – Oh, não me atreveria...

Alex ainda se estava a perguntar se estaria a gozar com ele quando ela descruzou os braços e se afastou dele.

– Já te disse por telefone que tenho de estudar o projeto antes de poder dar-te uma resposta – acrescentou.

– Não, não é verdade. Disseste que estarias livre durante uma temporada e sei que não serás capaz de o recusar quando souberes do que se trata.

– Porque é que tens tanta certeza?

– Porque nenhum designer que goste do seu trabalho recusaria um projeto desta dimensão – respondeu.

Merrow pensou que ele escolhera muito bem as palavras. E quando virou a cabeça para olhar para ele, os seus olhos voltaram a brilhar com malícia.

– Ninguém te disse que a dimensão não importa?

Alex apertou os lábios, olhou para o teto e respirou fundo numa tentativa para manter a calma e o nível de oxigénio suficiente no cérebro. Um homem com trinta anos não podia ter problemas de tensão alta.

– Porque é que não o estudas antes de tomar uma decisão? O meu cliente gosta muito do teu trabalho – disse ele, franzindo a testa. – Além disso, a remodelação do Pavenham seria uma excelente oportunidade para te lançares e...

Merrow virou-se de repente, afastou o cabelo para trás e olhou-o nos olhos.

– O hotel Pavenham? O que a Apocalypse acabou de comprar?

Alex sorriu. Conseguira impressioná-la.

– Precisamente – respondeu. – E têm muito dinheiro... pagar-te-iam muito bem.

Ela pegou num termo e ergueu-o em jeito de convite.

– Apetece-te um chá de tília? – perguntou.

Alex abanou a cabeça.

– Que horror, não.

Merrow voltou a dirigir-lhe aquele sorriso. Vestida com um fato-macaco cheio de pó, parecia uma menina travessa. Mas o seu efeito fora muito diferente no anterior encontro: nessa altura, trazia uns calções brancos, extraordinariamente curtos, e uma camisa preta de um só botão por baixo da qual não parecia haver sutiã.

Para dizer a verdade, aquele sorriso foi a primeira coisa que o atraiu nela quando a viu pela primeira vez. Era uma noite de setembro, estranhamente abafada para Galway, e o corpo de Alex reagiu de imediato. De uma forma tão literal que excitou-se ao recordá-lo.

– Deverias beber um pouco – afirmou ela, com uma voz sedutora. – É bom para a tua tensão.

Ele voltou a franzir a testa. Tirou as mãos dos bolsos e cruzou os braços sobre o peito.

– Qual tensão?

– A que o Mickey D. te provoca.

Alex inclinou um pouco a cabeça.

– Achas que não sou capaz de lidar com um roqueiro velho como o Mickey D.?

– Se fosses capaz, não terias corrido Dublin inteira à minha procura. É óbvio que te está a pressionar. Tem fama de armar-se em vedeta... – respondeu, inclinando a cabeça. – Sabias que os meus pais me fizeram ao som de uma das canções dele?

– Duvido que precisasse de saber isso. Mas se lho disseres a ele, julgo que sentir-se-á mais do que lisonjeado.

– A sério, deverias beber um pouco de chá de tília. É muito saudável e completamente natural.

– Não, obrigado. Estou bem.

Merrow encolheu os ombros, desenroscou a tampa do termo e bebeu um gole. Alex aproveitou a ocasião para observar a roupa dela. O fato-macaco sujo e demasiado grande, combinado com uma camisola verde e roxa, não lhe teria chamado a atenção em circunstâncias normais, mas conhecendo as curvas que ocultava, pareceu-lhe até bonito.

Ao sentir o seu delicado perfume de lavanda, recordou a pele surpreendentemente suave, os seios que quase lhe cabiam nas mãos e as pernas longas, as pernas que se tinham enroscado à volta da sua cintura quando fizeram amor. Nem sequer trazia cuecas então, só meias e ligas. Merrow era o sonho erótico de qualquer homem.

– E o que é que aconteceu ao teu designer de interiores?

– Qual deles? – perguntou ele, arqueando uma sobrancelha.

– Quantos tiveste? – retorquiu.

– Quatro. O Mickey D. é bastante exigente.

– Então eu sou o seu último recurso...

– Não, na realidade és a primeira que ele está decidido a contratar.

Ela riu-se suavemente e passou ao lado dele.

– Hum. Duvido muito que seja a primeira... – ironizou.

Alex soube que estava apenas a brincar, mas incomodou-o a possibilidade de Mickey D. poder querer Merrow por algo mais do que as suas habilitações profissionais.

– Se quisesse ter-te nesse sentido, teria que resolvê-lo sozinho. Sou apenas o seu arquiteto, não o seu proxeneta particular.

Merrow arqueou as sobrancelhas.

– Estou a falar muito a sério, Alex. Bebe um pouco de chá. Ainda há um pouco...

Alex amaldiçoou-a em silêncio e voltou a meter as mãos nos bolsos. Merrow deixava-o tão nervoso que não conseguia estar quieto. E isso era verdadeiramente excecional nele.

– Porque não é que não dás uma vista de olhos ao hotel e pensas no assunto? – perguntou. – Por favor...

– Agrada-me que o peças com tanta amabilidade mas, francamente, se tivesses esperado vinte e quatro horas, teria ido lá ver na mesma. Já tinha tomado a decisão.

– Poderias ter-mo dito pelo telefone...

– Pensei que te tinha dito – afirmou, encolhendo os ombros, – mas imagino que me tenha esquecido porque na altura estava a trabalhar. E, de qualquer forma, pedi-te que me ligasses amanhã.

Alex observou-a durante um bom bocado, até que o silêncio incomodou Merrow, levando-a a perguntar:

– O que é que passa?

Ele abanou a cabeça.

Merrow sentiu que outra gargalhada se formava no fundo da sua garganta. Aquilo era surrealista. Parecia incrível que o homem que lhe proporcionara a melhor experiência sexual da sua vida fosse Alex Fitzgerald.

Teria ido para a cama com ele de qualquer das formas. Alex despertara-lhe a paixão com um simples olhar e levara-a a um estado de prazer tão intenso que muito poucas mulheres chegavam a atingir. Além disso, ela tinha ascendência irlandesa e as irlandesas ainda tinham um longo caminho a percorrer quanto à experiência do desejo. A tradição condenava-lhes o prazer pelo prazer, por isso Merrow pensava que aquela noite fantástica fora a sua contribuição para a causa do feminismo. A sua mãe teria ficado orgulhosa.

Bebeu outro gole de chá e esperou que ele falasse. Não lhe interessava de quê, se tivesse começado a recitar os resultados da liga de futebol, Merrow teria ouvido com atenção. Tinha uma voz profunda, bonita, que a fez estremecer quando falou com ele por telefone. Mas nesse momento não se apercebeu de que Alex e o amante daquela noite eram a mesma pessoa. Vários meses tinham passado desde então.

O seu misterioso homem de Galway estava descontraído, vestia roupa informal, era extraordinariamente divertido e era mais sexy do que o pecado. Pelo contrário, Alexander Fitzgerald, do estúdio de arquitetos Fitzgerald e Filho, vestia um fato completo e soara brusco e impaciente durante a conversa telefónica. Entre eles não havia nada em comum a não ser a atração física. Mas isso era suficiente para que Merrow estivesse decidida a descontraí-lo um pouco mais.

Ele semicerrou os olhos cor de avelã e apertou os lábios de tal forma que a covinha do queixo se tornou mais marcada. Depois, olhou para cima e perguntou:

– Trabalhar contigo é tão difícil como falar contigo?

– Não sabia que era difícil – comentou com inocência.

– Dá-te jeito amanhã, às nove?

– Não sei, terei de verificar os meus compromissos...

Merrow voltou a sorrir quando Alex voltou a apertar os lábios. Caía nas provocações dela com tanta facilidade que não conseguia resistir à tentação. E, por outro lado, o projeto do Hotel Pavenham era tão interessante que a deixara com água na boca.

– Sim, a essa hora dá-me jeito – acrescentou.

– Perfeito – disse ele, descontraindo-se um pouco. – Calculo que saibas onde fica...

– É o velho mausoléu da Aston Quay, não é?

– Exatamente.

– Então sim, sei onde fica.

Merrow bebeu mais um pouco de chá e esperou. Pelo movimento de Alex, que mudou o peso do corpo de um pé para o outro, era evidente que havia algo mais.

Estava tão tenso que pensou que o chá lhe faria bem. Ou um calmante. Ou o único método natural que lhe ocorria para o aliviar.

De repente, ficou com calor.

– É tudo? – perguntou.

– Não – disse ele. – O facto de termos dormido juntos será um problema no trabalho?

Ela não conseguiu resistir a provocá-lo.

– Não me lembro de termos dormido muito...

Alex tentou adotar um tom profissional.

– Este projeto é tão importante que...

– Que investiram milhões, sim, já mo tinhas dito ao telefone – interrompeu-o, olhando-o nos olhos.

– Não me referia a isso. Ia dizer que é muito importante para mim.

– Porquê? O que é que tem de especial em comparação com o resto dos projetos da tua empresa?

Ele franziu a testa e desviou o olhar.

– Isso não interessa.

– Eu diria que sim...

– Não quero que o trabalho se misture com...

– Preferes que não apareça amanhã às nove? Vejo que não confias muito nas minhas capacidades profissionais.

Alex baixou a voz e adotou um tom de resignação.

– Olha, o Mickey D. e os amigos dele da Apocalypse estão há seis meses a levar-me à loucura. Trabalhar com eles é muito difícil e não quero que a situação se complique com mais uma pessoa difícil que terei de ver quase todos os dias.

– Não me conheces. Estás a tirar conclusões precipitadas, Alexander.

– É Alex, como bem sabes – assinalou. – E o problema é precisamente o contrário, Merrow... sei mais sobre ti do que alguma vez soube sobre uma mulher com quem vou trabalhar. Não posso permitir que o negócio e o prazer se misturem.

Merrow tentou manter a calma.

– Compreendo. Precisas de alguém que trabalhe contigo, não contra ti – afirmou.

– Exato.

– Alguém que possa desenhar os interiores do hotel sem se afastar da estrutura arquitetónica.

– Efetivamente.

Quando Merrow o olhou nos olhos, viu que Alex levantava rapidamente a cabeça como se tivesse estado a admirar o seu corpo. Aparentemente, não era mais imune do que ela à atração física.

Humedeceu os lábios com a língua e mordeu o lábio inferior, o que fez com que ele franzisse a testa. A seguir, inclinou a cabeça para um lado, contemplou as manchas douradas nos seus olhos castanhos e voltou a falar.

– Procuras um designer que possas guiar do ponto de vista artístico. Uma pessoa flexível...

Merrow enfatizou a palavra flexível de tal modo que os olhos de Alex brilharam perigosamente. Mas antes que pudesse dizer alguma coisa, aproximou-se dele e apertou-lhe um pouco a gravata, ajustando-a ao pescoço.

– Estarei lá às nove, Alex, e reunir-me-ei com o teu cliente porque ofereceu-me um trabalho que me interessa. No entanto, não vou permitir que ninguém me manipule... nem sequer um homem tão hábil com as mãos como tu.

Alex esteve prestes a gemer.

– E agora, se não te importas, tenho de deixar-te. Tenho de voltar às minhas folhas douradas – continuou, com um sorriso. – É um trabalho que exige grande concentração e muito tato.

– Merrow...

Ela ignorou-o e começou a subir pelo andaime.

– Adeus, Alex. Vemo-nos amanhã de manhã.

Já estava a meio do caminho para o teto quando ouviu a voz de Alex, que se dirigia à saída:

– Isso é mais do que conseguiste da última vez.

Quando Merrow chegou ao cimo, decidiu deixar o trabalho para mais tarde, pegou no telemóvel e ligou para a sua amiga Lisa.

– Olá, sou eu. Lembras-te do Festival das Ostras de Galway?

– Claro. Foi quando conheceste aquela maravilha de homem...

– Sim. E lembras-te do que prometemos? Que o sucedido em Galway ficaria em Galway?

– Claro...

– Pois receio que tenho um problema.