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Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2006 Marion Lennox

© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.

Salvar um coração, n.º 1125 - Novembro 2014

Título original: Rescue at Cradle Lake

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2009

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-5867-1

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Epílogo

Volta

Prólogo

 

Tomou a decisão às duas horas da manhã. Não houvera nenhum acidente de trânsito nas últimas duas horas. Nenhuma apendicite urgente, aneurismas ou ferimentos de uma briga. O turno da noite no Hospital Central de Sidney parecia muito calmo.

E era o melhor para ele, pois quatro enfermeiras e, pelo menos, um colega tinham-lhe perguntado como estava. Outra vez.

– Não, a sério, doutor Reynard, se quiser falar sobre isso…

Fergus não queria falar sobre o assunto. Fulminava com o olhar qualquer pessoa que se aproximasse e escondia a cabeça atrás do boletim médico mensal para que o deixassem em paz. Estava a ler a secção de classificados de emprego.

– Onde fica Dimboola?

– A minha tia vive em Dimboola – respondeu uma das enfermeiras. – Fica a norte de Vitória. A minha tia Liz diz que é uma cidade óptima.

– Sim – murmurou, riscando o anúncio. – Onde fica Mission Beach?

– A norte de Queensland – respondeu a mesma enfermeira. – Lembra-se de Joe e Jodie?

– Joe e Jodie?

– Joe era o pediatra que esteve aqui o ano passado. Um rapaz loiro, alto, quase tão grande como você. Tinha um metro e oitenta e cinco e era muito bonito… O sonho de qualquer rapariga – a jovem sorriu para o animar. Como toda a gente tentava fazer. Como se tivessem planeado juntos. «Temos de cuidar de Fergus» parecia ser o seu lema.

– Joe casou-se com Jodie Walters, da UCI – continuou a enfermeira. – Foram para Port Douglas no ano passado, perto de Mission Beach.

Muito bem. Fergus assinalou o anúncio. Conhecia pessoas que viviam perto de Mission Beach.

– Onde fica Cradle Lake?

Silêncio.

– Ninguém sabe onde fica Cradle Lake?

– Não faço ideia – respondeu o seu anestesista, Graham. – A Tasmânia fica nas montanhas Cradle. Isso é perto?

– Aparentemente, não. Tem um código do Sul.

– Então, não faço ideia.

– Ninguém sabe? – insistiu Fergus. Como resposta, quatro pessoas abanaram a cabeça. – Óptimo – disse então, fazendo um círculo à volta do anúncio. – Então, é para lá que eu vou.

 

 

Ginny recebeu o telefonema às duas horas da manhã. Sabia que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde, porém, continuava sem estar preparada.

Richard estava a telefonar do hospital. Não quisera que fosse vê-lo e esperara até àquele momento para lhe telefonar.

Contudo, era compreensível. Onde ia encontrar coragem para enfrentar uma notícia como aquela?

– Não podem fazer-me outro transplante – disse com um tom abatido. – Os especialistas dizem que não há esperança.

– Sim, já imaginava – murmurou. – Como não me telefonaste até agora, imaginei que terias más notícias para me dar. Richard, lamento muito. Vou ter contigo…

– Não, agora não.

– O que estás a fazer?

– A olhar para o tecto. A perguntar-me o que vou fazer. E se tenho o direito de te pedir…

– Pedir o quê?

– Ginny, quero ir para casa. Quero ir para Cradle Lake.

Ela susteve a respiração. Há anos que não ia lá.

Richard referira-se a Cradle Lake como a sua casa. Contudo, Ginny não o considerava assim.

– Em Cradle Lake não há um hospital decente. Acho que nem sequer há médico.

– Ter uma irmã médica tem de servir para alguma coisa. Tu podes fazer o que for necessário.

– Não sei se conseguiria…

– Aliviar a minha dor?

Só havia uma resposta para isso. A questão médica não era o mais importante e Ginny não duvidava da sua habilidade profissional.

– Sim, claro que conseguiria fazê-lo.

– Então…

– Richard, a casa… Há anos que não vamos lá.

– Tu podes arranjá-la um pouco. Se ficar no hospital mais uns dias terás tempo de o fazer. Não preciso de nenhum luxo. Posso ficar aqui até ao fim-de-semana.

Se fosse com ele para Cradle Lake teria de deixar um trabalho que adorava. Teria de fechar o seu apartamento… para arranjar uma casa que detestava e viver num sítio que sempre odiara.

Porém, pelo menos ela era saudável, pensou.

Ginny fechou os olhos, furiosa com a vida. A raiva fazia com que esquecesse a dor, contudo, a dor voltava sempre.

E não podia deixar que o seu irmão soubesse disso.

– Tens a certeza de que queres ir para Cradle Lake? – perguntou.

– Sim, absoluta – respondeu. – Eu gostava de me sentar no alpendre e…

Não conseguiu acabar a frase. Não precisava de o fazer. Ambos sabiam o que queria dizer.

– Fazes isso por mim, Ginny?

– Claro que sim – respondeu ela. – Tu sabes que sim.

Sempre estivera ao seu lado e Richard sabia tão bem como ela.

O preço da vida era sempre perder o jogo.